Após a queda sofrida a partir das medidas de isolamento social impostas pela Covid-19, a indústria de aluguel de carros começou a reagir em julho deste ano. A demanda por motoristas de aplicativos caiu 80% entre abril e junho, e o número total de carros alugados para este modelo foi reduzido de 200.000 para 40.000. Em julho, aumentou 25%, para aproximadamente 50.000 veículos.

Além da expectativa da volta da procura dos carros alugados por motoristas de aplicativos, também se espera por uma demanda maior de pessoas físicas. Com a quarentena, empresas de diferentes segmentos, do Brasil foram forçadas a adotar o home office. A questão é que muitas vão aderir de forma permanente ao regime de trabalho, ou seja milhões de brasileiros deixarão de usar seus veículos em boa parte do tempo, tornando-os um gasto de certa forma desnecessário.

Além disso, IPVA, DPVAT, seguro e outros encargos não compensam para um carro de passeio. Também há a previsão de que com o medo da aglomeração, os brasileiros que tenham que se locomover busquem evitar os transportes públicos.


Segundo Paulo Miguel Junior, presidente do Comitê Nacional da ABLA, o movimento ascendente vai continuar, favorecido pela demanda de pessoas que querem fugir do transporte coletivo. “Nem todo mundo pode comprar ou alugar um carro para deixar de tomar ônibus ou metrô. Dai pode vir uma procura maior pelo compartilhamento de veículos. Os números ainda estão bem distantes do período pré-pandemia, mas sinalizam uma retomada e, por isso, são considerados satisfatórios pela ABLA.

O pior cenário para as locadoras já passou. “Agora, estamos enxergando uma retomada, mais acelerada em algumas atividades, como a terceirização de frota, na qual tivemos até mesmo um incremento nos contratos. Empresas estão deixando de lado a manutenção de frotas próprias para fazer caixa com esses ativos”, avalia o executivo.

Terceirização de frotas apresenta tendência de crescimento

Enquanto a procura por aluguel de carros por parte de motoristas de aplicativos e para o turismo de lazer e de negócios ainda está bem aquém do período pré-pandemia, a busca de veículos visando à terceirização de frotas já está retomando os volumes do início do ano e apresenta tendência de crescimento.

A informação é de Paulo Miguel Junior, ao destacar que há diversos pedidos de cotação para terceirização de frotas e alguns contratos já assinados tanto com empresas da indústria como do comércio.

“É um movimento para fazer caixa”, explica o executivo. “O veículo é um bem com liquidez e terceirizar a frota acaba sendo uma saída em momentos de crise“.Esse segmento é o de maior volume no setor de locação no Brasil, abrangendo 52% da frota total de 1 milhão de veículos, ou seja, perto de 520 mil unidades.


Já a locação diária para turismo de lazer e de negócios tende a ter uma retomada mais lenta. Antes envolvendo uma frota de 280 mil carros, o setor viu a demanda despencar 90%. “O segmento é ligado aos aeroportos e ainda há restrições para viagens do gênero. Por isso estamos trabalhando no desenvolvimento de turismo local, viagens com distâncias entre 150 km a 200 km”.

O cenário atual trouxe grandes mudanças a indústria de locação de veículos, mas de acordo com os dados do último mês, o setor apresenta grande possibilidade de conseguir se estabilizar até o fim do ano!

Obrigado pela leitura!


0 comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *